quarta-feira, 19 de março de 2008

Escola proíbe abraços de mais de dois segundos!

Uma escola de Mesa, estado norte-americano do Arizona, decidiu proibir demonstrações públicas de afecto entre @s seus/suas alun@s, nomeadamente beijos na boca e abraços que durem mais de dois segundos.
Segundo a estação de televisão KPHO Phoenix, dezenas de alun@s decidiram protestar, na passada sexta-feira, contra a decisão que já levou inclusivamente à suspensão de uma rapariga de 14 anos.
«Acho ridículo», disse Chelsea Branham, punida por abraçar um amigo depois das aulas. «O abraço não teve qualquer significado maior. Eu não estava a beijá-lo, nem nada disso», reclamou.
@s alun@s acabaram por fazer o seu protesto de forma bem original e apropriada à ocasião: durante 20 minutos trocaram abraços fortes entre si, numa atitude que visou demonstrar que o gesto não contém quaisquer conotações sexuais.
E eu pergunto: e mesmo que tivesse?! Revolta-me profundamente este constante cercear da liberdade d@s outr@s, esta obsessão securitária que tudo pretende controlar e reprimir, esta tentativa perversa de tranformar pessoas em pedaços frios de metal e perfeitamente robotizados! Tantos retrocessos, constantes, camuflados e explícitos, e tanta gente alheada, com tanto por fazer...!
Parece-me clara a existência de um retrocesso severo na expressão de afectos entre as pessoas. Hoje não há espaço para o toque. para o abraço, para o enconstar de testa, para andar de mãos dadas,... Lembro um grande filme ("Crash"), no qual o narrador afirmou, no início, o seguinte: It's the sense of touch. Any real city, you walk, you know? You brush past people. People bump into you. In L.A., nobody touches you. We're always behind this metal and glass. I think we miss that touch so much that we crash into each other just so we can feel something".
Não posso concordar mais com isso... sinto-o imensas vezes! também o sentes?

p.s. lembro com carinho uma das fantásticas aulas de Psicologia Social II, com a Professora Sofia Neves em que, a propósito dos estereótipos e preconceitos, nos foi apresentado este magnífico filme. Obrigado pela escolha, Professora...

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