Onde pára o nomadismo humano? Maioritariamente não o somos há tão pouco e desejamos-lhe tanto a impossibilidade de regressar... Precisamos de rotinas, precisamos de fronteiras, somos o medo. Mesmo quando materializamos o sonho e estamos, não somos. O lodoso sentimento “saudade” envolve-nos. A nossa casa. Somos medo.
Pensei nisso ao ouvir o tema Home, de Michael Bublé. Toda a música é um hino à miséria do ser humano eternamente incompleto pela distância entre os seus passos e a sua casa. Reparem na recta final: a forma como Bublé celebra: “I gotta go home”. Para mim, um pormenor mágico que despe a música e lhe coloca, pelos ombros, a quietude íntima da intemporalidade.