quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Home

Onde pára o nomadismo humano? Maioritariamente não o somos há tão pouco e desejamos-lhe tanto a impossibilidade de regressar... Precisamos de rotinas, precisamos de fronteiras, somos o medo. Mesmo quando materializamos o sonho e estamos, não somos. O lodoso sentimento “saudade” envolve-nos. A nossa casa. Somos medo.

Pensei nisso ao ouvir o tema Home, de Michael Bublé. Toda a música é um hino à miséria do ser humano eternamente incompleto pela distância entre os seus passos e a sua casa. Reparem na recta final: a forma como Bublé celebra: “I gotta go home”. Para mim, um pormenor mágico que despe a música e lhe coloca, pelos ombros, a quietude íntima da intemporalidade.

2 comentários:

Sónia Oliveira disse...

somos medo e memórias.. vivemos para elas, vivemos das rotinas, pensava nisso mesmo enquanto trabalhava... o que fazia uma loja cheia de gente ao Domingo à tarde? A seguir... o lanche de Domingo e a ansiedade de chegar a casa. A ânsia de sentar no sofá e aperceber-se de que os melhores dias da semana passaram e nem se fez nada... para a seguir regressar a mesma nostalgia de Domingo à noite, essa está sempre presente... E enquanto pensava... que paradoxo, que faço eu a trabalhar ao Domingo a pensar daquelas pessoas algo... que, no fundo, vai de encontro ao que eu fazia... TALVEZ nenhum de nós estivesse lá porque quisesse efectivamente... há pessoas que se resignam mesmo tendo opção... podiam ter escolhido outra coisa para fazer... mas foram para ali... podiam ter escolhido livremente, este é para elas um dia na semana completamente livre... mas o Inverno chegou e há que comprar roupa... Estou a divagar eu sei...
É um tema que adoro, o do Michael Bublé e é falas dele com muita levesa apesar das palavras pesadas, somos o medo. temos travões por todos os lados, e somos nós que os fazemos, os próprios donos da sua liberdade.
Um beijinho
Soneka

Anónimo disse...

ups... "leveza":D
soneka