sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Indulgente nós

Branco imenso. E cores. Queria estar um pouco contigo, agora que o vazio de ser reina nos dias iguais. Mas venho para junto de ti e recebes-me com o branco da morte e as cores do folclore. Cavalheiros altos, como justos, e mulheres a dançar por dentro, em roda.

Hoje vinha falar-te de Samskeyti, de paixão e daqueles ventos que nos abraçam nos vales, talvez da Islândia. Mas tu recebes-me com branco e cores...

Ia falar-te deste chão varrido, de tudo. Das meias de renda? Da pendulares viagens solitárias em ponto morto? Das mortes a que assistimos no passeio do outro lado? 

Hoje também tu me recebes com o branco da morte. Assisto a tudo, junto ao chão, de onde vim e para onde vou no regresso do caminho que fiz por engano. Tudo parece convenientemente normal.

Olharam-me. E ninguém me viu.

4 comentários:

Helena Velho disse...

o vento também sopra de leste...

iAna disse...

Apesar de o blog estar desactualizado, encontrei-o e não podia deixar de te enviar um comment.

estas coisas da net são engraçadas. aos anos que não te vejo (provavelmente já nem te lembras de mim) e fui encontrar este teu 'cantinho' na esfera dos blogs.

deixo-te agora com a frase cliché: espero que esteja tudo bem ctg;)

bj

Anónimo disse...

Caminho q se fez por engano?!!.. Nada me parece convenientemente normal!... O texto, as palavras que mais me magoaram ate hoje..

Anónimo, sempre.. disse...

Hoje este espaço não existe.. Como tanta coisa não existe já.. Continuam a ser as palavras que ainda hoje imediatamente despertam lágrimas. E penso que para sempre é tempo demais....