"Vêm aí tempos complicados e tem de haver esquerda, a esquerda não se pode desencontrar permanentemente", disse o deputado socialista Manuel Alegre, referindo-se à sessão-festa de hoje à noite no Teatro da Trindade. "Há que procurar soluções e tem que se saber se existe alternativa à lógica neoliberal que domina hoje." completou. Para o deputado Francisco Louçã, "a sessão não é uma iniciativa de partidos, é uma iniciativa de cidadãos de que salientamos precisamente a diversidade."
Referindo-se às afirmações de Vitalino Canas, porta-voz do PS, de que não era aconselhável a participação de militantes do PS em eventos do Bloco de Esquerda, "embora o PS seja um partido livre", Manuel Alegre disse que "antes do Dr. Vitalino Canas saber o que era a política, já eu tinha sido preso por lutar pela liberdade".
Isabel Allegro Magalhães, dirigente do Graal, movimento católico de intervenção cívica, disse ao Público que "se Maria de Lourdes Pintasilgo cá estivesse, alinharia num pensamento de oposição. Isto não é socialismo, é um governo de direita."
A sessão-festa, que começa hoje às 21h30 no Teatro da Trindade, em Lisboa, foi convocada por um
apelo com 85 signatários. Vão usar da palavra, além de Manuel Alegre, Isabel Allegro, professora universitária e antiga colaboradora de Maria de Lourdes Pintasilgo, e o deputado bloquista José Soeiro.
Entre os 85 signatários estão os fundadores do Partido Socialista Carolina Tito de Morais e José Neves, o histórico militante socialista Edmundo Pedro, os deputados bloquistas Francisco Louçã, Luís Fazenda, José Soeiro e João Semedo, a autarca de Lisboa Helena Roseta, os sindicalistas Ulisses Garrido, Mariana Aiveca e Manuel Grilo, o arqueólogo Cláudio Torres, o reitor da Universidade de Lisboa, António Nóvoa, o ex-líder parlamentar do PCP Carlos Brito, o militar de Abril general Alfredo Assunção, o editor Nélson de Matos, entre outros.