terça-feira, 17 de junho de 2008

Vidas forçadas a terminar

Na realização de um projecto de intervenção com doentes terminais, necessitava de escrever algo sobre a relação entre a sociedade e estes/as pacientes. E fui estranhamente sucinto. Saiu-me isto, há 15 minutos:

Os dias correm com a voracidade de uma fuga para a vida. O limite da dignidade humana é hoje mais claramente definido, bem próximo de todos os limites e paredes-meias com toda a intolerância. O crivo normativo convida um número crescente de seres à exclusão; e é um excluir total, inclusivamente da visual poluição que nos cerca. Excluídas as verdades, a vida segue ascética, inerte e robotizada. Do lado de lá, um imenso pântano de perplexidade sem fulgures; um imenso manto de nadas atribuídos: vidas hipotecadas.

Os hospitais recebem hóspedes, como viajantes ocasionais em busca de descobertas espirituais. Chegam, instalam-se, criam rotinas.
Ficam. Ficam. Ficam. Há quanto tempo cá estão? Ficam. Ficam? Quando partem? Quando partem?? Quando partem???

1 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia! Queria dar os parabéns, por continuares a investir no blog e continuares enriquecendo este espaço com as tuas ideias, construindo sempre algo em quem lê.. Beijinho