Hoje o dia nasceu mais brilhante

Hoje foi um dos dias em que não dormir se revelou a solução mais acertada: hoje o dia nasceu com texturas de transformação. E não podia deixar de ser assim. Ontem, as Esquerdas – excepto o Partido Comunista Português e o Partido Socialista(?) (o que dá imenso que pensar) juntaram-se para pensar a realidade social de Portugal. Este evento foi velado por um obscuro manto de críticas: curiosamente todas da Esquerda! O Partido Socialista(?), pela voz de Vitalino Canas, criticou o seu histórico Manuel Alegre pela heresia democrática de participar ao lado do inimigo (BE), com quem, segundo o mesmo, O PS(?) mantém actualmente uma relação crispada. Manuel Alegre não se coibiu de afirmar o seu espírito democrático (tão raro no PS(?)-Governo dos dias de hoje), recolocando a questão nos termos da na imperiosa abordagem plural de opiniões e tendências para resolver a questão da iniquidade social.

Da parte do Partido Comunista Português, palavras azedas e ausência ruidosa. Jerónimo de Sousa cedo se apressou a dizer que se tratava de uma reunião da "Esquerda falante". E como compreendo a inquietação do notável comunista ortodoxo: num partido de dogmas, falar (plural e dissonante, bem entendido) nunca, em toda a história do partido, colheu o apoio dos sucessivos Comités. E é uma pena porque Portugal precisa de mais vozes defensoras da diversidade.

E a grande notícia desta madrugada: Barack Obama é o candidato democrata à Casa Branca! E, nesta madrugada, segui com muita atenção o discurso de John MacCain: é incrível a forma como se demarca de Bush; chega inclusivamente a parecer um candidato anti-republicano, quase democrata. No entanto, insiste em reiterar as enormes da invasão do Iraque. Curioso verificar que, num recente encontro com Bush em que angariou milhares de dólares para a sua campanha, não permitiu que os/as jornalistas captassem imagem ou som. Paradigmático. Este é o Partido Republicano dos EUA.