terça-feira, 22 de julho de 2008

Uma turca rosa escura - parte 3 menos 1

- A infusão floral -

A enternecedora senhora subia a rua. Chegou a uma mesa. E foi recebida com uma imensa indiferença. E a estratégia mudou: passou de vendedora na noite para uma parceira de miséria material - "está tudo teso como uma carapau; andamos todos, não é?". Recebeu gestos jocosos e a mesma indiferença. Retitou-se sem ser notada.

- A infosão patriarco-heteronormativo-floral -

A enternecedora senhora olhou para ele e sorriu. Ela viu-a depois porque estavam de perfil. Precipitadamente, disse-lhe (a ele) - claro está, quando uma F e um M saem à rua, são um casal inevitavelmente sexual (e nem poderia ser de outra forma!) - e, obviamente, quem tem o € é o M! - : "queres uma florzinha (até agora, não consigo ver aquilo como algo levemente parecido com uma flor verdadeira)?; "ela é (a menina)" 1: "tão gatinha" (novelas globo(ais)?) - quem é bonit@, merece prémio; 2: "tão bonitinha" - para reforçar a ideia; 3: "tão boa na caminha" - por isso compra para teres o teu cromo para troca: dás-lhe uma flor e ela dá-te a sua ida flor - logicamente porque as mulheres são álgidas/frígidas e, para felicidade dos homens (necessariamente!) têm outra faceta interessante: são materialistas do pior! Por isso, dás-lhe uma flor (ou algo mais valioso) e ela faz o amor contigo - e não, é mentira, elas não fingem!

E ela diz-lhe: "boa na caminha, só se for no piiiiii (cunnilingus - não, não é bem como diz na maioria dos dicionários - cunnilinguos é f-f e m-f!)

Ela e ele riram. Será que riram.? ou terão rido apesar de? De todo o modo, riram. E as rosas foram para casa, com a fiel acompanhamante. E agora, uma semana a namorar o pó das mesmeidades quotidianas, junto à janela, sobre a arca com os lençóis usados na primeira noite em casa pós-flor.

0 comentários: