segunda-feira, 21 de julho de 2008

Uma turca rosa escura

À sombra de vidas por contar, dois jovens conversam como quem flui. De subito, surge uma mulher que se obriga a ser feliz - pelo jargão - e umas rosas. Nunca vira uma rosa feia: aquelas rosas vermelhas tinham um aspecto triste: capitalistadas em plástico, descoloradas, sós. E então percebi: aquela mulher, auto-forçosamente tripeira de gema, Bolhão style, distribuia, a troco de algumas moedas, um pouco da sua história. Aquelas rosas, trocadas por bolachas maria dos novos tempos, eram um pouco de si. E fez-me pensar: a solidão, tantas vezes repetida, deixa de o ser: multiplica-se e faz-se gente - as gentes das nossas ruas. Aquela mulher queria, pelas rosas, que a levassemos para longe e para muitas casas povoadas de mentiras convenientes


(continua - pistas: sociedade machista, cunnilingus)


p.s. na etiqueta, quero escrever Rosa, mas essa palavra é sempre substituida automaticamente por Panteras Rosa - "não, aqui não! alguém tem que vos dizer não!". E por isso este post não terá etiqueta. Que fantástica ironia... sinais dos tempos...

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