domingo, 28 de fevereiro de 2010

A ceia está pronta

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Esta terra hoje só dá cucurbitáceas. Guardo a colheita na "loija" e saio com o gravame da impossibilidade de servir para ceia um qualquer aveludado de dióspiro com sopro de castanha.

E voltando para o albergue, já entregue ao desejo desfeito, sou surpreendido por um inesperado visitante. E - sentindo-o - aceito o meu ditame na escuridão e refastelo-me na envolvência do cheiro a puré que me contempla como uma criança.

Bom apetite.


O meu desejo para esta madrugada

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Sento-me aqui com um vazio pesado nas mãoes. Nesta madrugada em que a minha orquestra toca afinada, desejava deitar-me na cama de rede, montar o candeeiro há muito escolhido e mergulhar no "Livro" do José Luís Peixoto. Que Março não me adie por muitas noites...


Fonte: Blogue dos alunos da Universidade Vytautas Magnus (Kaunas) que frequentam o Curso de Língua Cultura Portuguesas

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Fachada da vergonha

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Esta tarde abro a janela, aceito a fúria com que o vento explode contra mim e desejo com ardor: que a tempestade que esperamos se abata com toda a brutalidade sobre o edifício que é vergonha por todos e mais motivos. Olho na sua direcção e desejo-o como anseia a luz quem se encontra soterrado.

22 de Fevereiro de 2006. 27 de Fevereiro de 2010.
E tudo na mesma.

Há quanto tempo...

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De súbito a surpresa em forma de delíquio: 17 de Abril de 2009. Dez meses de vazio de escrita, aqui e em todo o lado. Pensando bem, foram com toda a certeza os tempos de maior volúpia e vertigem, em toda a minha vida. Pelo que me legitimo pensar: até que ponto nos estamos dispostos a entregar à praticidade do quotidiano? Ou de outra forma: quão nos tolhemos à suposta inexorabilidade da passagem dos segundos? Ou ainda de outra porque me pareço confuso: será que ter muito que fazer nos auto-arroga a liberdade de nada fazer para além de?

Posto isto sou remetido para o equilíbrio a que tod@s parecemos propensos. É que por muito que queiramos, a inércia nunca nos abandona. Nunca somos absolutamente fortes para lhe dar uns dias para viajar pela europa. Somos uma espécie de país em greve geral com serviços mínimos: se aparecer alguém a trabalhar fora desses limites, tudo nos parece deliciosamente tendente à imobilidade: "ahhh... fizemos mais que a nossa conta, agora merecemos descansar".

Sou um país em greve geral que sofreu uma revolução. E ou muito me engano ou ela vai mesmo passar por aqui.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Isabela Online

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Há dois dias nada faria prevê-lo, ou de todo nunca pensara nisso. Mas a propósito de um pedaço de amor 100% algodão e dedicação, um breve fragmento de papel com um endereço:

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Regresso

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Regresso ao aconchego desta casa escura. Passos a crepitar por todo o lado; olhar-te em redor é olhar-me por dentro e de cabelo ao vento. Sobretudo regresso a quatro ripas ainda mais com aqueles verdes do lado de lá da esperança e com duas novas janelas de onde se vê lá longe e cá dentro; tecnologia importada, talvez de Selárdalur.