De súbito a surpresa em forma de delíquio: 17 de Abril de 2009. Dez meses de vazio de escrita, aqui e em todo o lado. Pensando bem, foram com toda a certeza os tempos de maior volúpia e vertigem, em toda a minha vida. Pelo que me legitimo pensar: até que ponto nos estamos dispostos a entregar à praticidade do quotidiano? Ou de outra forma: quão nos tolhemos à suposta inexorabilidade da passagem dos segundos? Ou ainda de outra porque me pareço confuso: será que ter muito que fazer nos auto-arroga a liberdade de nada fazer para além de?
Posto isto sou remetido para o equilíbrio a que tod@s parecemos propensos. É que por muito que queiramos, a inércia nunca nos abandona. Nunca somos absolutamente fortes para lhe dar uns dias para viajar pela europa. Somos uma espécie de país em greve geral com serviços mínimos: se aparecer alguém a trabalhar fora desses limites, tudo nos parece deliciosamente tendente à imobilidade: "ahhh... fizemos mais que a nossa conta, agora merecemos descansar".
Sou um país em greve geral que sofreu uma revolução. E ou muito me engano ou ela vai mesmo passar por aqui.
1 comentários:
E que passe então.
Ora esta questão: "será que ter muito que fazer nos auto-arroga a liberdade de nada fazer para além de?" muito me assaltou já.
O que eu vejo é que se não vivemos uma revolução, eis que o tempo se esgota de forma inexorável. Ao vivê-la o tempo dura e dura, escorregando de forma consciente e surpreendente.
Se não a vivêssemos, pareceria que tínhamos a eternidade, só que esta também se esgotaria, mas de forma algo traiçoeira. Que curioso...
Anyway a minha greve geral... chama-se Verão, começa já em Junho:)
Goste do texto:)
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